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quinta-feira, 27 de abril de 2017

O VIVER HUMANO E SUAS POSSIBILIDADES

O VIVER HUMANO  E SUAS POSSIBILIDADES    


Escrever  meus sentipensamentos tem sido o jeito  encontrado para viver melhor. Ao escrever,  exponho reflexões  galgadas na caminhada.  Descobri o prazer dos versos poéticos e talvez isso  esteja  me distanciado dos textos em prosa.
       Hoje quero  compartilhar  uma reflexão expressa na mesclagem  entre prosa e poesia. Trata-se de uma reflexão  pessoal  por meio da  qual espero contribuir para  o meu próprio  crescimento e outros leitores  que queiram mergulhar nessa leitura. Ensaio  abaixo alguns  sentipensamentos
       Viver é  um contínuo de possibilidades  intangíveis.A previsibilidade humana neste caso  é  apenas  uma tentativa de antever-se ao inesperado. Contudo,  nesse contínuo é  possível influenciar e contagiar o bem ou o contrário. No devir humano é  inexorável afetar e/ou ser afetado.
       Vivendo, é  sempre possível influenciar ou contagiar o bem ou o mal,  o afeto ou desafeto.
       Vivendo,  é  possível ser como a leveza pacificadora do vento suave ou como a ventania da tempestade que amendrontadora.
       Vivendo, é  possível  ser como o canto do pássaro que alegra e inspira liberdade ou como o zumbido de um  mosquito que perturba o sono.
        Vivendo,  é  possível  ser  como a brisa do mar que acalma  a alma  ou como as suas ondas fortes  assustadoras.
        Vivendo,  é possível ser leve ou pesado; inspirar a paz ou desencadear a guerra.
        Vivendo,  é possível  agir com sabedoria e prudência  ou com histerismo e insensatez.
        Viver é  um contínuo de possibilidades intangíveis e dentre as várias  probabilidades da vida diária  desejo ser o melhor que seja possível.
        Não  quero ser pesado frente ao cansaço de meu próximo. Quero ser força  quando  alguém  ao meu lado  estiver fraco.
        Não  quero  ser veneno que dissemina  morte.Quero  ser antídoto que reabilita a vida.
        Não  quero ser causa das dores alheias nem das minhas. Quero ser alívio para quem estiver dolorido.
        Não  quero ser a causa de um rosto cabisbaixo.Quero promover espontaneamente um sorriso estampado.
        Em meio às  inúmeras  possibilidades,  não  quero ser um humano superstar supostamente  perfeito. Quero apenas  ser o humano que sou nos meus limites  e potencialidades. E como humano, não  quero o impossível. Minha meta que inclui  todas as outras  é  viver o melhor que me seja possível.
        No conjunto  das múltiplas possibilidades  do que  eu  posso ser diariamente,  quero  relações  que façam bem, falar e fazer coisas que me sejam saudáveis. Quero  ser uma influência  positiva para as pessoas  que passem pela  minha vida.
         Em síntese,  sobre as inúmeras  possibilidades do viver humano, concluo para mim mesmo e aconselho a todos os que posso: vivamos  o melhor que  nos seja possível.

Professor  José  Edilmar de Sousa.
Fortaleza, 27 de abril de 2017.

domingo, 23 de outubro de 2016


COMO DEUS OPERA NA HISTÓRIA HUMANA?

COMO DEUS OPERA NA HISTÓRIA HUMANA
"Deus não tem um plano para nós, mas tem quantos planos sejam necessários para recomeçar a nossa história" (Pastor Ricardo Gondim).
 Há alguns anos ouvi esta frase e pude refletir sobre o modo como Deus opera na história humana.  Deus não opera prefixando o destino,  manipulando os ventos em favor de um ou de outro. 
A participação de Deus na história de cada ser humano não é decidindo o presente nem o futuro,  mas sendo uma referência, um exemplo,  um caminho em que cada um pode optar por trilhar. Deus é amor e,  por conseguinte,  liberdade, leveza,  paz e bem.
Deus não está ali ou acolá, está entre nós buscando nos inspirar começos e recomeços e a conjugar o verbo esperançar.
Deus não é um ditador da nossa história, mas o seu inspirador, o companheiro e amigo da vida em busca disso que chamamos de felicidade. 
É desse modo que vejo Deus e me recuso a vê-lo como o carrasco que muitos ambientes religiosos tentam nos mostrar.

José Edilmar de Sousa, 
22 de outubro de 2016

segunda-feira, 6 de junho de 2016

HEY JUDE: DE UMA MÚSICA DA MEMÓRIA DE INFÂNCIA ÀS PALAVRAS PROFÉTICAS

HEY JUDE: DE UMA MÚSICA DA MEMÓRIA  DE INFÂNCIA ÀS PALAVRAS PROFÉTICAS 
Hey Jude era apenas uma canção qualquer que gostava de ouvir e cantar na infância, sem muito significado intelectivo.  Anos depois a sua escuta remete à beleza estética daquele tempo vivido com encantamento.  Tempo  este de antes que dialoga com um outro tempo do agora em que a vida vai passando meia descolorida e cinzenta e de repente aquela canção ganha outro sentido.  Sim aquela canção "sem grandes sentidos" transforma-se na voz de Deus falando a um filho para juntar os pedaços de tudo que restou e aprender a conjugar o verbo esperançar que rima com recomeçar. 
O compositor da música se transforma num profeta cujas palavras podem fazer encarnecer um vale de ossos secos. A música tema de uma novela assistida por um menino de sete anos torna-se uma conversa séria do Criador com um homem de 33 anos. E assim,  do calabouço das reminiscências nostálgicas, tal homem ouve a voz do Criador na música. Esta reflexão que ora compartilho.
Hey Jude não fique assim
Sabe a vida ainda é bela
Esqueça de tudo que aconteceu
Amanhã será um novo dia

Deus diz assim: - meu filho não fique assim. Apesar de tudo, a vida ainda tem beleza e você deve procurar percebê-la sob novos ângulos.  Tudo o que aconteceu ficará  no recôndito das reminiscências como tem sido com sua história até agora.  E amanhã?  Amanhã será um novo dia.
Hey Jude pra que chorar
Por alguém que não te ama?
Se o mundo agora te faz sofrer
Tudo vai passar você vai ver.


O homem se desmanchando em lágrimas dá-se conta de que talvez seja um desperdício mesmo o derramamento de tantas lágrimas por quem pouco lhe dá importância, por quem banaliza a sua dor. E se o mundo ou alguém te faz sofrer,  tudo vai passar. E você vai ver como já viu passar outros vendavais na sua vida. Veja como a vida é bela.  Apesar da escuridão vivida em certos momentos,  a luz do sol voltou a brilhar. Você vai ver novamente o sol brilhar,  e como o raiar do dia, a vida recomeçará. 

Muita coisa vai fazer você mudar
Não tem mais razão de ser essa tristeza
Se alguém te faz sofrer pra que lembrar?
Mas vale tentar viver de esperança

Esse turbilhão de acontecimentos irá provocar mudanças que propiciarão novos sonhos,  quem sabe aqueles tão sonhados em tua infância! Você já viveu tempos adversos que provocaram mudanças significativas. Aliás,  você é quem é hoje a partir de tudo o que viveu outrora. Não tem razão de ser essa tristeza, pois tua vida simplesmente já é uma razão para ser celebrada.
Então aquiete o coração.  Para que ficar agitando lembranças de quem nem se questiona sobre o teu sofrer? Ao invés de se entregar ao estado nostálgico,  arrisque-se a conjugar o verbo esperançar. Viver de esperança vale muito mais que chorar as lágrimas por algum ser que ameaça sutilmente te desesperançar.

Hey Jude olha pra mim
Veja o dia como está lindo
Esqueça de tudo que aconteceu
Amanhã será um novo dia


Oh! Meu filho não és tu que dizes que me contemplar é o que você mais precisa para continuar a caminhada?  Então,  olhe pra mim. Veja que estou ao seu lado não apenas para te consolar em teu sofrimento,  mas para te inspirar e celebrar o teu recomeço. Ontem desde o teu nascimento e no teu renascimento eu estive com você e hoje (agora)mesmo você percebendo-se ou se sentindo sozinho, eu estou aqui nesta letra,  nesta canção que tu arrancaste do baú das tuas reminiscências infantis. E amanhã será um.novo dia e continuarei caminhando contigo,  esperançando, recomeçando e reerguendo-te. 
Daí então,  o homem reencontrado na memória do menino de sete anos,  "engole" o choro e pára para ouvir o seu Criador na canção.  Passa um filme na tela da sua história e reconhece que viver de esperança faz mais sentido que prantear perdas recentes quando a própria vida,  já quase perdida noutro tempo, foi resgatada e pôde conhecer o amor do Criador. 
A música hey jude não é  apenas uma memória da infância,  mas também palavras proféticas,  para que o homem saia do calabouço das suas melancolias,  levante-se e prossiga a caminhadaporque mais vale tentar viver de esperança. 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

       O MELHOR  DIA EM QUE É POSSÍVEL FAZER ALGO BOM

Viver é movimento. Movimento do corpo e da mente de pensar e fazer,  ações que não se separam porque os feitos humanos são frutos do seu pensamento. 

Neste movimento de pensar e fazer é propício também a ação de perguntar e perguntar-se sobre o que, por que, como e quando se pode ou se deve fazer algo bom. Movimentando essa  última pergunta em minha mente sobre QUANDO é possível fazer algo bom, cheguei à conclusão de que só um dia em que realmente é possível fazer coisas boas.
Este movimento é marcado por uma encruzilhada entre o passado, o  presente e futuro.  Sim,  certamente somos sempre alguém que já fomos ou que fizemos algo e que poderá fazer algo. Os verbos se conjulgam basicamente em três tempo de diferentes modos,  mas sempre farão referência aos três momentos da vida: passado, presente e futuro. Passeando pelas poesias do salmista,  me deparei com esta conhecida passagem bíblica:
Salmos: 118. 24. Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele. - Bíblia JFA Offline
Foi permitindo-me o movimento de indagar sobre qual seria o dia a que o salmista se refere que refleti sobre as suas possibilidades de respostas.  Este dia não pode ser ontem porque já  se foi e não é possível exercer nenhum controle sobre ele. Amanhã também não pode ser este dia, porque ainda não chegou e não temos como precisar os detalhes de como será.  Além disso,  quando o amanhã chegar já não será mais amanhã. Será hoje que também não se chamará mais hoje,  pois será substituído pelo ontem. 
Daí concluí que ESTE dia em que podemos fazer algo bom se chama. HOJE.  Compreender isto dar sentido à frase popular: não deixe para depois (amanhã) o que pode fazer agora ( hoje). E o que podemos fazer ou ser neste dia?
Podemos ser gratos a Deus pelo sol ou pela chuva que nos encobre,  pela vida e pelos viventes ao nosso redor. 
Podemos projetar o futuro,  ou seja, definir nossas aspirações e anseios e ver o que precisa ser feito HOJE para que possamos alcançar tais aspirações. 
Podemos decidir enfrentar os desafios impostos pela vida ao invés de acovardar-se e desistir no meio do caminho. Podemos prosseguir ao invés de estacionar. Podemos amar e ser amados. 
Podemos falar e ouvir a voz da esperança. Por falar em esperança,  podemos esperançar um mundo melhor. 
Podemos o que for possível,  o que estiver ao nosso alcance HOJE.  Mesmo que não tenhamos podido ontem ou não saibamos se poderemos amanhã, HOJE é o melhor dia para fazer algo de bom. HOJE é o único dia em que é possível exercermos algum controle sobre o que podemos fazer. 
HOJE podemos simplesmente viver.  Este é o dia e para quem crer em Jesus Cristo,  há uma  boa notícia. O autor da epístola aos Hebreus nos informa queJesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.  (Hebreus 13:8)- Bíblia JFA Offline
Não sei o que se passa HOJE em sua vida,  se tempestade ou bonança,  alegria ou tristeza,  saúde ou doença.  Mas independente de quaisquer circunstâncias,  se você está vivo,  ainda é possível fazer algo bom. Pode-se começar por esperançar. 
Prof. José Edilmar de Sousa

terça-feira, 12 de abril de 2016

INDIGNAÇÃO, MEDO E ESPERANÇA


Há 13 anos,  em janeiro de 2003 lemos e ouvimos por todo o Brasil a expressão: a esperança venceu o medo. Esta frase referia-se ao fato de pela primeira vez na história do Brasil ter sido eleito um Presidente da República de origem popular, um metalúrgico venceu as eleições após três derrotas.
Passados alguns anos vivenciamos mudanças sociais que incluiam mais distribuição de renda,  acesso à educação,  mais moradias dentre outros benefícios que favoreciam as camadas mais pobres e também às mais ricas.
Não obstante tais avanços, não demorou muito para convivermos com notícias diversas envolvendo casos de corrupção como se esta estivesse agora sendo inventada. De fato,  os casos de corrupção provocam profunda indignação para quem apostou na esperança de um governo popular. O mesmo governo popular também se aliou às elites e seus partidos poderosos.
Não bastasse a indignação pelos atos corruptos,  somos agora surpreendidos por estratégias diversas da elite agora apoiadas por um Poder Judiciário,  supostamente imparcial e uma mídia maniqueísta que inrrompeu um movimento que fere a democracia e age de um modo tão violento que dá medo de expressar opiniões divergentes. A indignação pelos atos corruptos se mistura ao medo de que tudo se perca quanto a avanços democráticos alcançados até então.
E a esperança,  onde está e como alimentá-la? Para reavivar a esperança devemos lembrar que tudo o que até aqui foi alcançado em termos de afirmação de direitos humanos e sociais é fruto da pressão popular. Sem os movimentos sociais da Sociedade civil organizada,  pouco ou nada teríamos a exemplo de nossa Constituição cidadã de 1988, dentre outros dispositivos legais que ratificam direitos. Nossa esperança deve encontrar guarida na memória das lutas históricas que travamos e saímos vencedores.
Assim,  devemos nos posicionar frente ao atual contexto de crise da sociedade brasileira. Com indignação pelos atos ilícitos sem negar o medo, porém na esperança de que juntos como sociedade civil organizada podemos dialogar, aprender e ensinar a respeito de um mundo melhor.  Como  afirma o grande educador Paulo Freire "não é a desesperança que é natural ao ser humano,  mas sim a esperança". Eis o desafio: conjugar nossa indignação, medo e esperança.
Nessa tensão entre a indignação,  o medo e a esperança,  desejamos contar com o apoio dos senhores  e senhoras deputados e deputadas federais para que não interrompamos o processo democrático por meio de um empechament que mais tem a ver com oportunismo para tentar saquear o poder de uma presidente eleita,  que tem sido alvo de ódio e oportunismos de uma parte da classe política.
Ao mesmo tempo em que nos indignamos com os erros e incoerência do governo do PT,  temos medo do que possa estar por vir caso tenha êxito o processo de empechament. Nossa esperança está agora nas mãos (nos votos de Vossas Excelências para barrarmos o golpe e fazer com que o medo não vença a esperança.
Contamos com os senhores e as senhoras, nossos representantes eleitos.


Prof. Msc. José Edilmar de Sousa

sexta-feira, 8 de abril de 2016

DUAS RAZÕES PARA ESPERANÇAR




  • DUAS RAZÕES PARA ESPERANÇAR
  • Tenho insistido ultimamente em usar um verbo não muito comum no nosso dia a dia: esperançar. E hoje na minha caminhada observando a beleza do Rio Tocantins, o silêncio de suas águas e o barulho das balsas, parei e me indaguei: que razão eu poderia ter para continuar meu movimento de esperançar?
         De imediato pensei na .  Contudo, a fé tem sido uma palavra tão banalizada que eu pensei: preciso refletir sobre a fé. E quando falamos de fé vem à mente o texto de Hebreus 11
    Hebreus: 11. 1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem. – (Bíblia JFA Offline)
    Ora, se a fé é o fundamento de coisas que não se veem e se esperam, logo nos damos conta que fé está no terreno da imaterialidade, de uma percepção transcendental que remete ao plano da subjetividade, pois se não veem, não se apalpam, não se vê a olho nu, mas se espera.  Esperar é uma decisão do sujeito que se espera é porque há alguma expectativa, alguma razão que o motive a esperar. Contudo, quem espera não tem certeza absoluta, acredita, crê que algo está por vir ou acontecer. Isso é mais uma forma de percebermos como a fé está num plano subjetivo, muito mais de decisão de confiar do que de certeza empírica com base material.  A fé, pois nos insere num conjunto de certezas incertas, ou seja, decisões de confiar e acreditar em algo que não está visível aos olhos. Assim, coisas que os olhos não veem são mais coerentes com fide (fé do latim que significa confiar). Fé, portanto, pode ser compreendida como uma decisão subjetiva no terreno da espiritualidade de cada um. A fé, ou seja, a decisão de confiar é uma razão para esperançar, para animar-se a ter esperança que algo melhor (ou pior) pode acontecer.
        Contudo, minha inquietação sobre as razões para esperançar não se deram por satisfeitas com a fé.  Pois se a fé alimentar a esperança, quem alimentaria a fé? Ora, se decidimos confiar, tem de haver algum argumento que justifique tal confiança, tal fé.  E isso num plano imaterial porque  a fé não se refere a algo que se ver,  mas às coisas que não se veem, de acordo com a carta aos hebreus.
    Então, recorrendo à minha subjetividade, encontrei uma resposta que possa  pelo menos para mim,  pessoalmente,  justificar a minha fé e, por sua vez,  o meu movimento de esperançar. Segundo o apóstolo Paulo na primeira carta que escreveu aos Coríntios, há três coisas importantes: a fé, a esperança e o amor e maior destes é o amor. Logo, esses três elementos i materiais se inter-relacionam.
    O segundo elemento que justifica o movimento de esperançar é o amor, pois apenas percebendo se, acreditando-se amado, posso sustentar a confiança de que dias melhores virão, de que não estarei sozinho na tempestade e não serei abandonado. Essa fé, ou melhor, dizendo, essa decisão de acreditar que sou amado ao menos por Deus e por alguns outros seres viventes, é combustível para alimentar o movimento de esperançar. 
    Por fim, por que tenho FÉ no AMOR de Deus, eu continuarei tentando conjugar enquanto vida tiver o verbo ESPERANÇAR.