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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

SOBRE JURAMENTOS


Não é necessário jurar
33. Igualmente, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.
34. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35. Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36.  Nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.
37. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno  (Mateus 5:33-37)
[1]

Nesse trecho do sermão do monte, Jesus continua usando a mesma estratégia didática que vem utilizando nos trechos anteriores. Ele fala daquilo que está na lei e na tradição judaica e depois confronta com seus ensinamentos para que os seus “aprendizes” compreendam melhor. Ouvistes, ou seja, vocês já estão ciente daquilo que diz a lei: não matar, não cometer adultério etc. Agora eu vou ensinar isso de uma forma mais clara e mais conectada com o cotidiano de vocês. Nos trechos hoje lidos, a discussão é sobre o juramento.
Retomando a lei: Levítico 19:11-12
11. Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;
12. Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanarás o nome do teu Deus. Eu sou o SENHOR. 
Jurar
(lat jurare) vtd 1 Afiançar, afirmar, assegurar, declarar ou prometer sob juramento: Jurou que era verdade. vti 2 Dar, prestar ou proferir juramento: "Jurou de vingar a morte de seu sobrinho" (Mário Barreto). Jurar por Deus. vtd 3 Reconhecer mediante juramento: Os grevistas pretenderam jurar-me por seu cabeça. Vtd. 4 Afirmar cabalmente, afiançar, asseverar:Juramos defender a pátria.[2]
Então, sabendo que jurar em poucas palavras significa afirmar ou prometer algo que se tem certeza de que poderá cumprir ou garantir.
“Para os antigos bastava cumprir rigorosamente o juramento”. (Carlos Queiroz em Ser é o bastante). Dessa forma estariam livres de qualquer cobrança. A prática do juramento era então uma forma de tentar barganhar com Deus. Essa é uma prática pagã. Os deuses pagãos é que querem e precisam sempre de alguma promessa (juramento) para depois cobrar. Da mesma forma, se faz os pagãos quando fazem votos, promessas, juramentos etc.
Se observarmos bem, essa prática de alguma forma se faz presente também no meio evangélico. Por exemplo, quando dizemos que se o Senhor fizer algo, ou se conseguir a graça de obter isso ou aquilo, a gente vai vir mais aos cultos, servir mais ou fazer mais caridade, dedicar-se mais à obra etc. quando na verdade vivenciando um evangelho genuíno, tais práticas, pelo impacto do amor de Deus em nossas vidas, já deviam fazer parte de . Muitas de nossas músicas gospel parecem está sintonia com esse pensamento pagão
Assim, ao que indica o texto bíblico é verdadeiro o adágio popular que diz que quem jura mente. Isso significa que não possamos de maneira alguma um compromisso ou dá a palavra a Deus ou aos irmãos? Não, mas reconhecendo nossa dificuldade de cumprir o que dizemos é melhor que não faça juramentos, promessas e se alguém insiste que assumamos alguma postura, o importante é que saibamos dizer sim ou não, como propôs Jesus, pois o que passa disso é de procedência maligna (v.37).
Concluindo, o que Jesus nos ensina é que não precisamos de artifícios em nossas relações com Deus e com os irmãos, podemos dizer sim ou não tanto para Deus como para os nossos irmãos. O que importa é que ao dizer sim ou não, esse dizer seja fruto de uma relação amorosa e não de um mecanismo de barganha ou medo.
Também não precisamos cobrar a Deus por aquilo que ele se propôs a ser ou fazer conosco. Não precisamos nos agarrar nas promessas e sim naquele que as fez como diz o autor da carta aos hebreus: retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa;
Hebreus 10:23.
Ou seja, o mais importante não são as promessas divinas, mas o seu autor.Deus não precisa ser lembrado de suas promessas, pois sua essência (o seu incomensurável amor) faz com que ele não se faça indiferente às nossas fragilidades cumprindo sempre sua grande promessa: sua presença amorosa. Isso não nos basta?
Gostaria de concluir essa reflexão com a canção QUERO TE DÁ MEU CORAÇÃO da Igreja Batista da Lagoinha
Eu quero ser livre pra te amar senhor
E andar pelos caminhos que traçastes pra mim
E se acaso eu vier me perder
E deixar os meus desejos em primeiro lugar,
Quero te ver bem junto de mim,
Pois não sei caminhar longe de ti oh senhor
Quero me arrepender e mais uma vez,
Com lágrimas nos olhos te confessar.
Quero te dar meu coração
Por mais fraco que eu sou,
Confiar em teu poder
Para livre eu estar
De mim...




[1] Extraído de www.bibliaoniline.com.br em 12/10/2011.
[2] Extraído de  www.michaelis.uol.com.br/moderno/portugues em 12/10/2011.

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