Paciência

EXERCITAR A PACIÊNCIA       

No contexto imediatista em que vivemos, torna-se um grande desafio exercitarmos a paciência. Nossa ânsia é de querermos que nossos desejos se realizem num piscar de olhos.

      Particularmente, confesso que tentar agir com mais paciência não é fácil, mas algumas experiências me levam a crer que a paciência, para além de uma virtude que devamos cultivar, é uma necessidade.

     Quantas coisas boas nós não perdemos por nos faltar a paciência ou quantas vezes aumentamos nossos sofrimentos, por não exercitá-la?

   Esperar ônibus em Fortaleza é um exemplo vivo de paciência. É uma vivência que tenho cotidianamente.

   Outro dia, num desses horários de pico, depois de um grande dia de trabalho, pude observar uma situação interessante.

   Uma senhora estava a esperar o ônibus para o bairro José Walter. Ela tinha duas opções: pegar um que ia direto até sua residência ou outro que ainda ia para o Terminal e lá pegaria uma enorme fila, um ambiente super tumultuado para depois pegar a condução. Revoltada porque o primeiro não vinha, resolveu pegar um que veio para o Terminal.

     Entendendo que seria mais vantajoso esperar mais um pouco para pegar direto para casa, sugeri que ela tivesse mais um pouco, pois ganharia tempo e se cansaria menos.

Relutante, ela pegou o primeiro que veio para o Terminal. Minha atitude só podia ser a de respeitar a sua decisão. Mas logo que ela subiu para o ônibus lotado para o Terminal, atrás vinha o que ela estava esperando bastante vago. No entanto, não tinha mais como avisá-la e ela não poderia vê-lo.

   Pensei comigo: se ela tivesse esperado um pouco mais teria evitado o stress que ainda teria que passar no Terminal de Parangaba.

   Então concluí como é importante agirmos com paciência para não “dar com os burros n’água” ou “colocar a carroça na frente dos bois”. Aquela senhora sequer ficou sabendo pela diferença de uns dois minutos ou menos, poderia ter embarcado num veiculo mais tranqüilo e chegado mais rápido à sua casa. Lembrei que em outras vezes agi como aquela senhora. Um pouco de paciência é sempre bom.

      Publico aqui esse relato por entender que foi um momento divino, pois pude aprender algo de Deus, pois ele nos ensina não apenas em contextos religiosos, mas principalmente nas situações cotidianas.

      Momentos assim são preciosos, pois pode ser que nos tornemos mais sensíveis às manifestações divinas do que mesmo em certos momentos religiosos aparentemente preparados para      Deus falar conosco.