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terça-feira, 12 de abril de 2016

INDIGNAÇÃO, MEDO E ESPERANÇA


Há 13 anos,  em janeiro de 2003 lemos e ouvimos por todo o Brasil a expressão: a esperança venceu o medo. Esta frase referia-se ao fato de pela primeira vez na história do Brasil ter sido eleito um Presidente da República de origem popular, um metalúrgico venceu as eleições após três derrotas.
Passados alguns anos vivenciamos mudanças sociais que incluiam mais distribuição de renda,  acesso à educação,  mais moradias dentre outros benefícios que favoreciam as camadas mais pobres e também às mais ricas.
Não obstante tais avanços, não demorou muito para convivermos com notícias diversas envolvendo casos de corrupção como se esta estivesse agora sendo inventada. De fato,  os casos de corrupção provocam profunda indignação para quem apostou na esperança de um governo popular. O mesmo governo popular também se aliou às elites e seus partidos poderosos.
Não bastasse a indignação pelos atos corruptos,  somos agora surpreendidos por estratégias diversas da elite agora apoiadas por um Poder Judiciário,  supostamente imparcial e uma mídia maniqueísta que inrrompeu um movimento que fere a democracia e age de um modo tão violento que dá medo de expressar opiniões divergentes. A indignação pelos atos corruptos se mistura ao medo de que tudo se perca quanto a avanços democráticos alcançados até então.
E a esperança,  onde está e como alimentá-la? Para reavivar a esperança devemos lembrar que tudo o que até aqui foi alcançado em termos de afirmação de direitos humanos e sociais é fruto da pressão popular. Sem os movimentos sociais da Sociedade civil organizada,  pouco ou nada teríamos a exemplo de nossa Constituição cidadã de 1988, dentre outros dispositivos legais que ratificam direitos. Nossa esperança deve encontrar guarida na memória das lutas históricas que travamos e saímos vencedores.
Assim,  devemos nos posicionar frente ao atual contexto de crise da sociedade brasileira. Com indignação pelos atos ilícitos sem negar o medo, porém na esperança de que juntos como sociedade civil organizada podemos dialogar, aprender e ensinar a respeito de um mundo melhor.  Como  afirma o grande educador Paulo Freire "não é a desesperança que é natural ao ser humano,  mas sim a esperança". Eis o desafio: conjugar nossa indignação, medo e esperança.
Nessa tensão entre a indignação,  o medo e a esperança,  desejamos contar com o apoio dos senhores  e senhoras deputados e deputadas federais para que não interrompamos o processo democrático por meio de um empechament que mais tem a ver com oportunismo para tentar saquear o poder de uma presidente eleita,  que tem sido alvo de ódio e oportunismos de uma parte da classe política.
Ao mesmo tempo em que nos indignamos com os erros e incoerência do governo do PT,  temos medo do que possa estar por vir caso tenha êxito o processo de empechament. Nossa esperança está agora nas mãos (nos votos de Vossas Excelências para barrarmos o golpe e fazer com que o medo não vença a esperança.
Contamos com os senhores e as senhoras, nossos representantes eleitos.


Prof. Msc. José Edilmar de Sousa

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